Se você pretende investir em um ETF (exchange traded fund) de renda fixa, precisa conhecer suas vantagens e seus riscos. Essa é uma alternativa para quem busca diversificar a carteira de forma prática, sem renunciar à segurança.
Mas uma boa escolha demanda análises cuidadosas, além de alinhamento com o perfil de investidor e objetivos. Como resultado, as suas movimentações no mercado financeiro se tornam mais fundamentadas e fica mais fácil buscar os resultados desejados.
Neste artigo, você conhecerá as principais informações sobre os ETFs de renda fixa. Boa leitura!
ETFs são fundos de investimentos cujas cotas são negociadas na bolsa de valores. Eles oferecem praticidade, pois as operações são feitas de forma semelhante às ações. No Brasil, esses fundos replicam um índice de referência.
Assim, os ETFs de renda fixa investem em índices ligados a alternativas dessa classe, por exemplo, os títulos do Tesouro Direto — emitidos pelo Governo Federal.
Um exemplo é o ETF LFTB11, da Investo. Ele acompanha o desempenho de títulos públicos atrelados à Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira, e ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação do país.
Para tanto, o LFTB11 segue o MarketVector™ Brazil Treasury 760 Day Target Duration Index. O índice foi projetado para acompanhar a performance dos títulos brasileiros com taxas flutuantes e indexados à inflação.
Esses são títulos que se destacam em termos de demanda, como mostram os dados do Tesouro Direto de outubro de 2024. Observe:
Sabendo o que é um ETF de renda fixa, é importante conhecer as vantagens da alternativa para avaliar se ela faz sentido para as suas necessidades e expectativas ao investir.
Confira os principais aspectos positivos da modalidade!
Diversificar os investimentos é uma estratégia comumente aplicada para manter a carteira equilibrada. Um ETF pode proporcionar a exposição a uma variedade de ativos, favorecendo a composição do seu portfólio.
Essa vantagem diferencia os ETFs em relação ao investimento direto em títulos de renda fixa, que proporcionam um desempenho mais restrito às características do título em questão. Como resultado, os seus investimentos ganham dinamismo com esses fundos.
O investimento em ETFs de renda fixa proporciona a liquidez D+1, ou seja, o acesso ao dinheiro ocorre em apenas um dia útil após a venda da cota. Portanto, você não depende da disponibilidade ou regras do emissor e das janelas de resgate — comuns em fundos de renda fixa.
Inclusive, a liquidez é maior do que em alguns fundos distribuídos em plataformas de investimentos, que podem chegar a 30 dias. Como resultado, com os ETFs, há mais liberdade para ajustar a sua estratégia, contando com flexibilidade para o resgate quando sentir a necessidade.
Uma vantagem importante de investir em um ETF de renda fixa é a eficiência tributária. Quando você aplica recursos em títulos da classe que têm a incidência de Imposto de Renda (IR), a cobrança ocorre pela tabela regressiva.
Desse modo, a alíquota varia conforme o tempo que o investimento é mantido, começando em 22,5% nas aplicações feitas por até 180 dias. O percentual regride até chegar a 15% nos títulos investidos por mais de 720 dias. O mesmo acontece em fundos tradicionais de renda fixa, em geral.
Já nos ETFs de renda fixa, a alíquota depende do prazo médio de repactuação dos ativos que compõem o portfólio do fundo, independente do tempo de aplicação. Assim, em grande parte dos ETFs disponíveis na bolsa, a alíquota é de 15%.
Portanto, investir em um ETF de renda fixa é uma forma de obter maior eficiência tributária e ter mais liberdade para movimentar a carteira sem pagar mais tributos.
Vale também ressaltar que os ETFs não têm come-cotas. Trata-se de um mecanismo de cobrança antecipada de imposto que ocorre duas vezes ao ano, deduzindo a quantia devida das cotas do investidor. Com isso, o dinheiro deixa de estar aplicado e obtendo rendimentos, impactando os resultados obtidos ao final.
Adicionalmente, a alternativa é isenta de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), um tributo que tende a ocorrer sobre os rendimentos de investimentos resgatados com menos de 30 dias. Esse imposto incide nos títulos e fundos de renda fixa tradicionais.
Os ETFs devem ter uma política clara e contar com uma metodologia pública, que pode ser acessada por qualquer pessoa interessada. Além disso, eles são obrigados a divulgar as suas posições diariamente.
A precificação diária também é conhecida pelo mercado. Como resultado, a modalidade garante a transparência ao investidor, dando a ele a possibilidade de acompanhar a estratégia e os resultados gerados ao longo do tempo.
Nesse sentido, os ETFs se distinguem de fundos de investimentos distribuídos em plataformas de instituições financeiras, por exemplo. Isso porque fundos tradicionais podem ter uma defasagem de seis meses para divulgar a informação.
Você viu que os ETFs de renda fixa permitem investir com mais praticidade ao dar acesso indireto a múltiplos títulos em apenas um investimento. Assim, o cotista tem menos trabalho operacional, não precisando se preocupar com alocação, vencimento e outras características individuais das aplicações.
O ETF de renda fixa tem menores custos em comparação com outros fundos de investimentos. A razão é que a gestão é passiva, refletindo em uma taxa de administração mais baixa. Ademais, não ocorre a cobrança de taxa de performance, que pode existir em fundos de gestão ativa.
Além de conhecer as vantagens de investir em ETFs de renda fixa, você precisa estar ciente dos riscos da alternativa para tomar uma decisão consciente. A modalidade apresenta mais segurança em comparação com os ETFs de renda variável.
Contudo, os resultados ficam sujeitos às variações do índice que o ETF acompanha. Ademais, a renda fixa tem a exposição ao risco de crédito. Trata-se da possibilidade de o emissor de um título ficar inadimplente, não pagando os valores devidos ao investidor.
Caso a situação ocorra com alguma aplicação da carteira, o patrimônio do fundo pode ser comprometido. No entanto, os fundos contam com diversificação, que reduz os impactos do risco de crédito.
Ainda, podem ter outras características que ampliam a segurança. Nos títulos públicos, por exemplo, o Governo Federal é o credor. Portanto, eles representam a alternativa mais segura do mercado, com baixíssimo risco de crédito.
Com as informações que você aprendeu até aqui, é possível definir se o ETF de renda fixa faz sentido para a sua estratégia no mercado financeiro. Então o próximo passo é ver como o investimento pode ser feito.
Acompanhe!
Em primeiro lugar, é necessário definir os seus objetivos. Eles ajudam a entender quais são as alternativas mais adequadas entre as opções disponíveis no mercado. Desse modo, você tem uma referência das características a serem buscadas em um ETF.
Da mesma forma, a clareza de objetivos ajuda a definir o montante dos aportes, estabelecendo uma estratégia alinhada com as suas demandas para compor uma carteira equilibrada e alinhada com o seu perfil de risco.
Após ter clareza sobre quais são os seus critérios e necessidades em um investimento, é o momento de avaliar as alternativas de ETFs de renda fixa do mercado. Você encontra possibilidades com características distintas, que podem se ajustar à sua estratégia.
Você conheceu, por exemplo, o LFTB11, que aloca títulos do Tesouro Direto atrelados à Selic e ao IPCA. Além dele, há o LFTS11, que acompanha o Índice Teva Tesouro Selic. Ele objetiva medir o retorno de um investimento, com uma carteira composta por títulos públicos atrelados à taxa básica de juros.
Do mesmo modo, você encontra o ETF NTNS11, que acompanha o índice Teva Tesouro IPCA+ 0 a 4 Anos. Este, por sua vez, foca em aplicações do Tesouro atreladas à inflação, com prazo de 0 a 4 anos.
Além da renda fixa brasileira, existe a opção de investir em ETFs de renda fixa internacional, ampliando a diversificação e dolarizando o seu portfólio.
Por exemplo, o BNDX11 replica o índice +Bloomberg Global Aggregate ex-USD Float Adjusted RIC Capped (Net TR) Index, formado por mais de 6 mil títulos de renda fixa globais de mercados desenvolvidos.
Com todas as análises concluídas, o último passo é realizar o aporte. A negociação é feita no home broker da instituição financeira na qual você tem conta. É essa plataforma que faz a conexão entre o investidor e os ativos negociados na B3.
Nela, basta escolher as alternativas de interesse e digitar o ticker (código do fundo) no home broker — por exemplo, LFTB11. Depois, indique a quantidade de cotas desejada e selecionar o botão “Comprar”. Então basta aguardar a execução e a liquidação da ordem de compra.
Com a leitura deste artigo, você conheceu as vantagens e os riscos de investir em um ETF de renda fixa. Essa é uma alternativa versátil, capaz de atender a diferentes objetivos no mercado financeiro. Portanto, analise os prós e contras para decidir se vale a pena adicioná-la à carteira.
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