Os fundos de investimento são alternativas muito buscadas por investidores que querem mais praticidade para suas movimentações no mercado financeiro. Entre as opções para analisar, existem os exchange traded funds (ETFs) e os fundos mútuos.
Ambos apresentam vantagens capazes de fazer deles oportunidades para a sua carteira de investimentos. Entretanto, existem diferenças importantes entre os fundos que você precisa conhecer antes de compor seu portfólio.
Quer saber quais são elas? Neste conteúdo, você entenderá o que são e como funcionam os ETFs e os fundos mútuos, além de descobrir os pontos que diferenciam os dois.
Acompanhe a leitura!
ETF é a sigla para exchange traded fund, ou fundo negociado em bolsa, em tradução livre. Como o nome indica, eles são fundos de investimento que têm as cotas transacionadas na bolsa de valores — por exemplo, a B3, no Brasil.
No mercado nacional, os ETFs costumam ser chamados de fundos de índice. O motivo é que, no país, eles têm gestão passiva, com objetivo de replicar a performance de um índice de referência.
Para entender melhor, considere o caso do Ibovespa (IBOV) — principal índice de ações da bolsa brasileira. Um ETF na B3 que tem o IBOV como referência adotará estratégias para ter um resultado igual ou similar às variações do índice.
No Brasil, os investidores podem encontrar diversos ETFs na B3, como os de renda variável, de renda fixa, de criptomoedas e aqueles expostos a índices internacionais. A abordagem para replicar o desempenho do índice varia entre os diferentes ETFs.
Por exemplo, há veículos que montam o portfólio com os mesmos ativos presentes na carteira teórica do índice para acompanhar a sua performance. Também há fundos espelho, em que a gestão investe nas cotas de outros ETFs — essa prática é comum nos fundos ligados ao mercado internacional.
Vale destacar que, como a gestão desses ETFs é passiva, não há um viés na estratégia. Ou seja, percepções e leituras de mercado da equipe responsável não influenciam as operações. Inclusive, muitas das movimentações dos ETFs, como os reinvestimentos, são feitas automaticamente.
Para o futuro, a tendência é que o mercado de ETFs se expanda no Brasil. Globalmente, os exchange traded funds já superaram os 14 trilhões de dólares, mas eles eram cerca de 1% da indústria de fundos no país até 2024 — sinalizando que há margem para crescimento dessas alternativas.
Por sua vez, os fundos mútuos são veículos coletivos disponíveis para negociação em plataformas de corretoras de valores e bancos de investimento. Eles são geridos por um gestor profissional, que toma decisões sobre o portfólio seguindo as regras e objetivos definidos no regulamento do fundo.
Assim como os ETFs, os fundos mútuos podem investir em ações, títulos de renda fixa, ativos internacionais etc. A compra de cotas por parte dos investidores levanta os recursos que compõem o patrimônio do fundo — e o gestor usa para os investimentos.
Existem fundos mútuos com diferentes estratégias de operação e regras de funcionamento. Por exemplo, há fundos mútuos de ações com gestão ativa, em que o objetivo é superar a performance de um benchmark — como o Ibovespa.
Também há fundos mútuos passivos, em que a proposta é apenas acompanhar o desempenho de um índice. O ponto positivo para os investidores ao se expor à modalidade é semelhante ao de quem busca ETFs: a praticidade para a estratégia de investimento.
A razão é que as decisões ficam sob responsabilidade da equipe de gestão. Desse modo, o investidor não precisa, necessariamente, acompanhar o mercado e fazer análises para tomar decisões para sua carteira.
Agora que você sabe o que são ETFs e fundos mútuos, é hora de ver como eles se diferenciam. Confira quais são as principais diferenças.
Negociação
Um ponto relevante de distinção entre ETFs e fundos mútuos é a forma como se dá a negociação. Como você viu, os exchange traded funds têm as cotas negociadas na bolsa de valores, enquanto os fundos mútuos tradicionais ficam disponíveis, em regra, nas plataformas das instituições financeiras.
A negociação na bolsa de valores costuma ser positiva pelo ponto de vista da liquidez. Afinal, os investidores podem comprar e vender suas cotas a qualquer momento no mercado financeiro, sem depender das decisões da gestão ou de janelas de resgate.
Já com os fundos mútuos, você viu que a negociação é feita na plataforma de investimentos. A depender do regulamento, a liquidez pode ser limitada e há chance de o resgate demorar a acontecer.
Em relação ao preço, a participação do investidor é calculada pelo valor líquido de ativos (NAV) do portfólio. Isso significa que, com base na cotação do dia anterior, o patrimônio do investidor alocado no fundo varia.
Estratégia
Outra diferença importante entre os fundos diz respeito à estratégia. Enquanto no Brasil os ETFs ainda se caracterizam como fundos de índice, há fundos mútuos com gestão ativa e passiva, como visto.
Cada veículo tem seu próprio regulamento e política. Essas características determinam o tipo de gestão, as regras de liquidez e quais investimentos podem fazer parte do portfólio do fundo.
Aspectos como o investimento inicial são mais um ponto de diferença a ser considerado. Enquanto nos ETFs basta o investidor comprar a cota na bolsa, há fundos mútuos que exigem uma quantia mínima para ter participação, não se limitando a cotas exatas.
Mais um fator a ser analisado entre as alternativas é a transparência. Os ETFs permitem que o investidor saiba como é sua estratégia e composição da carteira a qualquer momento.
Imagine que você deseje descobrir quais são as principais empresas presentes no ETF USTK11. Ele replica o Vanguard Information Technology (VGT), fundo listado na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE).
Por sua vez, o ETF VGT tem como referência o MSCI US Investable Market Information Technology 25-50 NETR USD Index. Trata-se de um índice que acompanha os resultados de small, mid e large caps americanas de tecnologia.
Desse modo, você consegue verificar facilmente quais são as empresas a que o USTK11 se expõe. Veja a composição segundo dados de setembro:
Se houver mudança na estrutura, você consegue acompanhá-la em tempo real. Já no caso dos fundos mútuos, a transparência é um aspecto que depende da política de operação — e o investidor pode saber da composição da carteira apenas durante a publicação de relatórios de performance, por exemplo.
Custos
Por fim, vale conhecer as taxas cobradas pelos fundos de investimento. Os fundos mútuos cobram uma taxa de administração usada para remunerar a equipe de gestão. Ela depende do planejamento do veículo e do tipo de gestão — quando ela é ativa, a taxa de administração é mais alta.
Alguns fundos ainda cobram taxa de performance, que incide quando a gestão consegue bater o desempenho do seu benchmark. Nesse sentido, a cobrança sobre os ganhos acima da referência funciona como uma bonificação de incentivo para o gestor.
Também há casos em que o investidor lida com taxas de entrada e saída, que incidem no início ou fim da participação no fundo. Por fim, há fundos mútuos que sofrem a cobrança do come-cotas — uma antecipação semestral do Imposto de Renda (IR).
Já os ETFs lidam apenas com a taxa de administração. Como a gestão é passiva, o custo é menor para o investidor. Saiba ainda que o IR é cobrado apenas no momento da venda de cotas com lucro. Como os recursos que seriam destinados ao IR permanecem investidos, isso beneficia os resultados obtidos.
Antes de decidir entre investir em ETFs ou fundos mútuos, vale a pena saber que você não precisa, necessariamente, escolher apenas um. Se fizer sentido para o seu planejamento, é possível distribuir seu capital e montar uma carteira de investimentos com ambas as alternativas.
Além disso, a decisão depende do seu perfil de investidor e das suas metas financeiras. Portanto, faça análises sobre a estratégia de cada fundo, avaliando o seu tipo, objetivos da gestão e riscos envolvidos para entender qual faz mais sentido para o seu portfólio.
Por exemplo, se você deseja se expor à renda fixa por meio da bolsa de valores, há veículos como o ETF NTNS11, que acompanha índices atrelados ao Tesouro IPCA. Já na renda variável, há alternativas como o SVAL11, que replica o ETF Vanguard® S&P Small-Cap 600 Value (VIOV).
O VIOV acompanha o S&P Small-Cap 600 Value, índice que reflete o desempenho de small caps norte-americanas. E lembre-se de que a compra e venda das cotas dos ETFs acontece pela bolsa de valores. Logo, basta ter uma conta de investimentos e acessar o home broker para negociar.
Por fim, você entendeu que os fundos mútuos também podem atender a diferentes estratégias e oferecem níveis de riscos distintos, demandando uma análise de cada alternativa para a decisão.
Neste conteúdo, você entendeu mais sobre as características dos ETFs e dos fundos mútuos e já sabe como eles se diferenciam. Esse conhecimento contribui para a sua tomada de decisão no mercado financeiro.
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