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Como expor investidores com perfil conservador a criptomoedas?

Veja como se expor a esses ativos equilibrando riscos

26 abr 2024

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3 MIN DE LEITURA

Por Investo

O perfil de investidor é uma informação fundamental a considerar na hora de selecionar as alternativas mais adequadas para a carteira. Ele indica a forma como o investidor lida com o mercado financeiro, especialmente no que se refere aos riscos. 

Vale destacar que, mesmo quem se enquadra no perfil conservador pode ter investimentos mais voláteis no portfólio. Logo, se o objetivo é expor o portfólio a criptomoedas, mas a classificação indica baixa tolerância aos riscos, a estratégia deve considerar alguns cuidados. 

Quer saber como adicionar criptomoedas a uma carteira conservadora? Continue a leitura para descobrir! 

O que é o perfil conservador? 

O investidor classificado como conservador precisa entender o que isso representa para as decisões na hora de alocar recursos. As pessoas que se enquadram nesse perfil apresentam baixa tolerância aos riscos do mercado. 

Assim, a prioridade nas decisões é a segurança, mesmo que isso signifique ter ganhos mais baixos. Como resultado, é comum que a carteira conservadora seja predominantemente composta por alternativas de renda fixa, a classe que proporciona maior previsibilidade quanto aos resultados. 

Nesse contexto, os investimentos com mais exposição aos riscos de mercado, como é o caso da renda variável, costumam gerar emoções negativas nessas pessoas. Logo, as criptomoedas — altamente voláteis — tendem a ficar de fora das estratégias conservadoras ou a ocupar apenas uma pequena parcela da carteira.  

Quais são as vantagens e os riscos das criptomoedas? 

O primeiro passo é entender as características das criptomoedas antes de adicioná-las ao portfólio. As moedas digitais se destacam pelo potencial de rentabilidade, afinal, existem registros de criptoativos que passaram por valorizações expressivas. 

Cabe também destacar o alto volume de dinheiro que esse mercado movimenta. Só no primeiro semestre de 2023, os brasileiros negociaram mais de R$ 110 bilhões em criptoativos – um crescimento de 31% em relação ao ano anterior. 

As criptomoedas costumam ter um desempenho descorrelacionado do mercado financeiro tradicional, com chance de ser menos afetadas por crises e variações econômicas. Logo, elas podem ser alternativas para diversificação do portfólio. Ainda, os ambientes para esses ativos passam por constantes revisões e aprimoramentos para preservar a transparência e a segurança operacional. 

Por outro lado, é necessário considerar que, junto ao potencial de lucros, as criptos também têm o risco de perdas. A razão é que não existem garantias quanto aos resultados, além de não haver formas de controle externo que equilibrem o desempenho. 

Isso ocorre porque a cotação das criptomoedas está sujeita à lei da oferta e da demanda. Outro ponto de atenção é que essas alternativas ainda passam por desafios regulatórios que podem afetar seu desempenho ou mesmo a aceitação em certos países. 

Também vale mencionar o risco de liquidez. O motivo é que, quando o mercado perde o interesse por determinada cripto, é possível que o investidor tenha dificuldade de se desfazer dos seus ativos e que precise realizar prejuízos para acessar seus recursos. 

Como investir em criptomoedas tendo perfil conservador? 

Como explicado até aqui, investidores com perfil conservador tendem a evitar alternativas voláteis, como é o caso das criptomoedas. No entanto, isso não significa que elas não possam fazer parte de um portfólio completo e diversificado. 

Abaixo, confira dicas de como adicionar criptoativos a carteiras conservadoras para potencializar os resultados sem prejudicar a estratégia! 

Preferir alternativas consolidadas 

A seleção de criptomoedas consolidadas é uma abordagem para ter um portfólio menos volátil. Alternativas já estabelecidas no mercado — como bitcoin e ethereum — costumam ter projeções mais alinhadas com a realidade, proporcionando um pouco mais de estabilidade à carteira. 

O histórico de preços desses criptoativos é mais consistente, havendo uma tendência de continuidade nos resultados. Embora ainda existam momentos de grandes quedas, o risco de liquidez é menor.  

Contudo, vale lembrar que ainda existe a possibilidade de perdas mesmo em alternativas consolidadas. Nesses casos, o foco no longo prazo pode ajudar a lidar com os momentos de crise para aguardar eventuais recuperações nas criptos, embora não existam garantias.  

Entender o mercado antes de adquirir criptos 

O mercado de criptoativos tem um funcionamento diferente do tradicional, pois os ambientes tendem a ser descorrelacionados. Portanto, para investir em criptomoedas de forma consciente, é necessário entender como esse cenário funciona para evitar surpresas. 

Uma possibilidade é fazer uma análise aprofundada da criptomoeda, entendendo como o mercado a enxerga, se ela é vista como reserva de valor, quais são suas vantagens e desvantagens em relação a outros ativos.  

Da mesma forma, para as criptomoedas é válido realizar a análise “on chain”. Trata-se de um estudo da blockchain da qual ela faz parte. A partir dessa avaliação, é possível entender mais sobre a saúde da rede, os padrões dos resultados e a segurança da alternativa.  

Ao conciliar essas análises, se pode identificar se a cotação da cripto está alinhada com os seus fundamentos. Logo, há condições de avaliar se o preço representa uma oportunidade vantajosa para a carteira ou não. 

Atentar para a composição da carteira 

Tendo em vista o perfil conservador do investidor, é imprescindível levar em consideração a proporção da carteira. Ao construir uma base de alternativas com maior previsibilidade e pouca exposição aos riscos, ainda é possível ter uma margem livre para ativos voláteis. 

Como foi possível aprender, a descorrelação das criptomoedas com o mercado tradicional pode representar uma oportunidade para preservar os resultados diante de crises e baixas. Contudo, não é interessante para esse perfil ter uma grande parte do portfólio em investimentos voláteis. 

Assim, entenda qual é a proporção adequada para cada tipo de alternativa em uma carteira conservadora — geralmente, um pequeno percentual. Como resultado, será uma alocação eficiente e capaz de oferecer o desempenho desejado. 

Quais alternativas podem ser adequadas para o perfil conservador? 

Até aqui, trouxemos as características do perfil conservador, os riscos das criptomoedas e como investir nessas alternativas respeitando a tolerância ao risco. Como foi possível aprender, a seleção das criptos é importante para equilibrar os resultados. 

Portanto, vale a pena conhecer as alternativas que podem compor uma carteira conservadora.  

Stablecoins 

O termo “stablecoin” vem do inglês e é traduzido como “moeda estável”. Essa é uma classificação para as criptomoedas que apresentam baixa volatilidade. Diferentemente das demais, que não têm lastro, as stablecoins costumam ser atreladas a moedas fiduciárias ou commodities. 

Assim, elas seguem o desempenho do mercado tradicional. Portanto, mesmo que as stablecoins sejam criptomoedas e tenham como característica a descentralização, elas oferecem mais estabilidade à carteira. 

Segundo dados da Receita Federal, entre 2019 e 2023, houve um crescimento vertiginoso de negociações com stablecoins no Brasil. Por exemplo, a tether teve R$ 271 bilhões em negociações no período, superando — inclusive — o bitcoin, que movimentou mais de R$ 151 bilhões. 

Alguns exemplos de stablecoins são: 

  • terraUSD (UST); 
  • binance USD (BUSD); 
  • tether (USDT). 

Criptomoedas consolidadas 

Uma das formas de lidar com a volatilidade das criptomoedas é selecionar as alternativas já consolidadas no mercado. Entre as maiores criptos, vale a pena destacar: 

  • bitcoin (BTC); 
  • chainlink (LINK); 
  • solana (SOL); 
  • ethereum (ETH). 

ETFs de criptos 

Você conheceu alternativas de investimento direto em criptomoedas. No entanto, também é possível se expor de forma indireta. Uma das maneiras de fazer isso é por meio de um ETF (exchange traded fund) — um tipo de fundo de investimento que replica um índice de mercado. 

Assim, a gestão profissional do fundo aloca alternativas da carteira teórica do índice de referência. Enquanto isso, o investidor participa do desempenho a partir da aquisição das suas cotas. Vale saber que esse fundo é negociado na bolsa de valores, sendo uma alternativa com maior regulamentação.  

Um exemplo de ETF de criptomoedas é o BLOK11, que replica o índice MarketVector Smart Contract Leaders Brazil Index. Por ele, é possível ter os resultados de diferentes criptos já consolidadas no mercado. 

Conforme visto, é possível investir em criptomoedas mesmo quem tem um perfil conservador. Para tanto, basta observar alguns cuidados que podem promover mais estabilidade na carteira e reduzir a exposição aos riscos. 

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