Você sabe o que significa índice no mercado financeiro? Entender esse conceito pode ser importante para desenvolver sua educação financeira e melhorar sua tomada de decisão com investimentos, especialmente por conta da relação que existe entre ele e os ETFs (exchange traded funds).
Isso acontece porque os índices atuam como importantes termômetros para o mercado financeiro e, muitas vezes, para a economia como um todo. Inclusive, eles podem ser uma referência para você montar sua carteira e avaliar seus resultados.
Portanto, conhecer os índices do mercado financeiro e a sua relação com ETFs pode ser estratégico para o investidor. Acompanhe a leitura para saber mais sobre eles!
Os índices do mercado financeiro são indicadores de desempenho usados como referência para avaliar os movimentos da economia. Eles permitem ter uma visão ampla sobre um cenário específico de modo objetivo e quantitativo.
Para tanto, os indicadores resultam de estatísticas oficiais, com cálculos realizados, normalmente, por ponderamentos e com o auxílio da tecnologia. Com isso, eles permitem fazer uma avaliação dos movimentos do mercado em determinado contexto e período.
Quem analisa esses índices pode projetar situações econômicas futuras com maior clareza ou avaliar resultados. Assim, por meio dos indicadores, é possível ter uma visão mais ampla sobre o mercado financeiro em determinado momento e em comparação com dados históricos.
Cada índice pode ter um objetivo diferente e regras de funcionamento próprias — podendo ser amplos ou nichados. Dessa forma, os investidores conseguem utilizar os indicadores para acompanhar de perto o desempenho de ações, um fundo de investimento, títulos de renda fixa ou da sua própria carteira, por exemplo.
Os índices assumem diversos papéis no mercado financeiro. Em primeiro lugar, como você viu, eles servem para acompanhar o desempenho de determinada área ou setor econômico, por exemplo. A partir das variações, os índices mostram a performance do momento e possibilitam visualizar tendências.
Além disso, o índice pode servir como benchmark — uma referência para comparar o desempenho de um investimento com a média do mercado. Esse parâmetro ajuda a avaliar se os resultados obtidos foram interessantes para sua estratégia.
Para entender melhor, imagine que você montou uma carteira de ações e que se programou para analisar seu desempenho mensalmente. Nesses períodos, além da performance nominal dos ativos, você pode comparar como foi o IBOV (Índice Bovespa) no mesmo período para saber se o portfólio ficou acima ou abaixo da média do mercado brasileiro.
Em alinhamento com essa comparação, você pode usar índices como uma referência para montar a sua própria carteira. Por exemplo, se o seu objetivo é investir em ações de determinado setor, é possível buscar indicadores ligados a ele.
Ao encontrar os índices de referência, você pode analisar quais ações compõem a carteira teórica dele e avaliar se elas fazem sentido para sua carteira. Ainda, você se mantém informado sobre o desempenho do segmento ao monitorar as variações do índice.
Para fundos de investimentos, os índices são benchmarks para o desempenho. Nesse contexto, é possível encontrar fundos de gestão ativa — que são aqueles em que o gestor busca superar os números do indicador. Também existem fundos passivos, que têm o objetivo de acompanhar a performance da referência.
Chegando até aqui, você compreendeu o que são e qual o papel dos índices. Agora, está na hora de entender a relação do índice com os ETFs, ou fundos negociados em bolsa, na tradução.
No Brasil, os ETFs são fundos de investimento que se destacam por terem a gestão passiva que replica um índice do mercado financeiro. O objetivo é entregar aos cotistas resultados que acompanham as variações do seu índice de referência.
Para ilustrar, é possível usar o ETF WRLD11 da Investo como exemplo. Veja a seguir as variações do índice de referência dele, o FTSE Global All Cap Index — formado por ações de mais de 9 mil empresas de todo o mundo —, e o preço das cotas do ETF entre outubro de 2023 e setembro de 2024:
É possível perceber que o índice e o ETF se movimentaram de maneira bastante similar no período. Assim, um investidor que busca acompanhar esse índice terá praticidade ao comprar cotas de um ETF exposto a ele.
Como existem diversos índices nacionais e internacionais, os investidores podem encontrar ETFs de ações, criptomoedas, títulos de renda fixa, entre outros. Nesse caso, como a meta do ETF não é superar o benchmark, mas acompanhá-lo, não acontecem tantas movimentações no seu portfólio.
Nesse sentido, os ETFs se destacam por terem custos menores que outros fundos, em especial os de gestão ativa. Afinal, como há menos operações, os investidores não terão de arcar com taxa de performance — e a taxa de administração é mais acessível.
Após entender a relação dos índices de mercado com os ETFs, vale a pena conhecer os principais indexadores que podem ser usados como benchmarks para esses fundos negociados em bolsa no Brasil.
Veja os exemplos e como eles funcionam!
Como você viu, o Ibovespa é o índice mais importante da bolsa brasileira. A carteira teórica dele é composta pelas ações de mais alta liquidez na B3. Mas vale salientar que o IBOV não conta, necessariamente, com o que se considera as melhores ações do Brasil.
Na carteira teórica do Ibovespa estão apenas ativos com alto volume de negociação e de empresas com representatividade no mercado. Inclusive, o peso de cada companhia na carteira é definido conforme seu porte.
A carteira teórica do IBOV é rebalanceada a cada quatro meses. Nesses períodos, novas ações podem ser adicionadas e outras removidas. Também costuma existir ajuste de peso conforme a capitalização das empresas presentes.
A performance do Ibovespa é medida em pontos — e cada um equivale a R$ 1. No site da bolsa brasileira, você pode analisar as estatísticas históricas do IBOV, com evolução na pontuação e ativos presentes na carteira.
O Índice de Mercado ANBIMA (IMA-B) é outro indicador importante no mercado brasileiro. Ele reflete o desempenho dos títulos do Tesouro IPCA+, ligados à inflação. Inclusive, ele tem subdivisões.
A primeira delas é o IMA-B 5, que na carteira teórica tem títulos com prazo de vencimento menor que cinco anos. Já o IMA-B 5+ tem títulos indexados à inflação com prazo maior ou igual aos cinco anos.
Os títulos que compõem o IMA-B são indexados ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Logo, o índice reflete a rentabilidade de aplicações que protegem o investidor contra a perda de poder de compra.
Vale destacar que, para ter rentabilidade real, os investidores precisam ter ganhos acima da inflação com seus investimentos. Na B3, há ETFs que seguem o IMA-B. Porém, mesmo que o índice de referência esteja exposto à renda fixa, a negociação das cotas fundo continua sendo na bolsa, ou seja, não há previsibilidade de ganhos.
O Índice Small Cap, ou SMLL, é um indexador com uma carteira teórica de small caps brasileiras — empresas de baixa capitalização na bolsa. Mesmo sendo companhias de menor porte, elas se destacam no mercado por geralmente terem alto potencial de crescimento.
O SMLL é considerado um índice de retorno total, já que mostra o impacto das oscilações nos preços dos ativos e da distribuição de dividendos das empresas. Dessa forma, quem deseja investir nessas companhias pode procurar um ETF que replique a carteira teórica desse índice.
Internacionalmente, um dos índices de maior destaque é o Standard & Poor’s 500 (S&P 500). Inclusive, é possível traçar um paralelo entre ele e o Ibovespa, já que o S&P 500 atua como um termômetro do mercado norte-americano.
Como o nome adianta, o S&P 500 tem uma carteira teórica composta pelas 500 empresas mais negociadas nas bolsas norte-americanas. A seleção deve atender a critérios específicos, como tamanho, liquidez e sede nos EUA.
Para investidores em busca de diversificação internacional, é possível buscar ETFs na B3 que usam o S&P 500 como benchmark. Mesmo sendo um índice estrangeiro, o investimento acontecerá em reais e os investidores podem diversificar sua carteira ao não ficarem expostos somente à economia brasileira.
Outro índice relevante no mercado norte-americano é o Nasdaq 100. Ele é composto pelas 100 maiores empresas não financeiras listadas na Nasdaq — maior bolsa do mundo junto da New York Stock Exchange (NYSE).
É importante saber que a Nasdaq é uma bolsa muito ligada à tecnologia. Grandes empresas globais, como Meta, Google, Apple, Microsoft e NVIDIA, estão listadas nela. Assim, a carteira teórica desse índice é fortemente influenciada pelo mercado tech.
Como você acompanhou, entender o que significa índice no mercado financeiro é importante para suas tomadas de decisão. Por eles terem relação com os ETFs, você pode avaliar os indexadores para selecionar os fundos negociados em bolsa para sua carteira.
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