Existem diferentes opções no mercado financeiro voltadas para quem deseja investir com simplicidade e acompanhar o crescimento de um setor. Nesse sentido, saber o que é ETF (exchange traded fund) possibilita diversificar seus investimentos com praticidade.
Esses fundos de investimento são uma alternativa a considerar para quem deseja se expor a um conjunto de ativos de maneira acessível e eficiente. Eles podem atender a diversos objetivos e estratégias — então vale entender seu funcionamento e as vantagens que eles podem oferecer.
Neste artigo, você saberá o que é ETF, como a alternativa funciona e outras informações relevantes sobre o veículo de investimento. Confira!
No Brasil, é comum que os ETFs sejam apresentados ao investidor como fundos de índice. Nesse sentido, eles são definidos como fundos de investimento passivos, que replicam ou espelham os resultados de um indicador de mercado, por exemplo, o Índice Bovespa (Ibovespa).
Porém, essa é uma abordagem incompleta sobre os ETFs — na verdade, o termo traduzido seria fundos negociados em bolsa. Nos Estados Unidos, por exemplo, onde esse mercado está mais desenvolvido e consolidado, há ETFs de gestão ativa e passiva, não se restringindo a uma estratégia focada em replicar um indicador.
Como em outros fundos de investimento, o ETF reúne o capital de diversos investidores, como em um condomínio. Assim, diferentes investidores podem comprar cotas do veículo e participar dos resultados gerados por seus investimentos.
Esse tipo de fundo tem como diferencial em relação a outros fundos a liquidez garantida pela bolsa de valores — D+2 ou D+1, a depender do tipo de ETF. Ele ainda conta com mais transparência, pois é obrigatório divulgar diariamente as posições assumidas.
Nos fundos distribuídos em plataformas, também chamados de fundos tradicionais, a liquidez pode variar bastante (D+30, D+60 etc.). Eles também são autorizados a divulgar posições depois de 6 meses.
No Brasil, esses fundos negociados em bolsa são conhecidos pelo objetivo de replicar os resultados de um indicador de mercado, como visto. Por exemplo, pense no Ibovespa, que representa o desempenho das ações das maiores empresas da bolsa brasileira.
Um ETF que segue o Ibovespa busca acompanhar seus movimentos, investindo nos mesmos tipos de ações que estão na carteira teórica do índice. Dessa forma, se o indicador subir, o preço das cotas do ETF vai se elevar — e vice-versa.
Para se ter uma ideia sobre a relevância desses veículos financeiros, Warren Buffett — considerado o maior investidor da história — é um defensor dos ETFs de gestão passiva. O motivo é a eficiência desses produtos em acompanhar a média de mercado de forma prática, permitindo ao investidor se beneficiar do desempenho geral do mercado com menos esforço.
Antes de considerar a inclusão de qualquer tipo de investimento em sua carteira, você precisa conhecer mais sobre suas características.
A seguir, veja quais são as principais informações sobre os ETFs!
Existem diferentes tipos de ETFs. Entender as distinções entre eles permite uma tomada de decisão mais informada sobre quais alternativas você deve incluir em sua carteira, a depender de seus objetivos.
Confira algumas das principais classificações no Brasil:
Ainda, há duas classificações importantes ao trabalhar ETFs de maneira global:
Como você aprendeu, ao optar por um ETF que replica um índice, a rentabilidade do veículo depende do desempenho do indicador. Ainda, enquanto muitos ETFs reinvestem automaticamente os lucros gerados pelos ativos do fundo, existem aqueles que distribuem dividendos ao investidor.
As cotas de ETFs têm alta liquidez, pois são negociadas na bolsa de valores, como ocorre com as ações. Isso significa que você consegue comprar e vender suas cotas durante o pregão em qualquer dia útil.
Como qualquer investimento, os ETFs têm riscos. O principal é o de mercado, relacionado à lei de oferta e demanda, que pode interferir no preço das cotas. Outro ponto é que esses veículos não estão isentos de riscos específicos dos setores ou ativos aos quais eles se expõem.
Investir em ETFs também envolve o pagamento de Imposto de Renda (IR). Nos ETFs de renda variável, a alíquota é de 15% sobre o lucro obtido na venda das cotas em operações normais. Já nas negociações no mesmo dia (day trade), a alíquota sobe para 20%.
O investidor precisa calcular e pagar o imposto por conta própria por meio do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF). O pagamento pode ser feito até o último dia útil do mês subsequente à venda das cotas.
No caso de ETFs que distribuem dividendos, os proventos são tributados na fonte em 15%, sem necessidade de pagamento de DARF. Já nos ETFs de renda fixa, o imposto varia de 15% a 25%, dependendo do prazo de repactuação da carteira do fundo. Nesse caso, o tributo é descontado automaticamente na fonte.
Além do IR, investir em ETFs tem custos como a taxa de administração — expressa em uma porcentagem anual sobre o patrimônio investido, com cobrança geralmente mensal, feita automaticamente. Ela serve para cobrir as despesas de manutenção do fundo.
No Brasil, como a gestão dos ETFs é passiva, a taxa é menor do que a de outros fundos de investimento. Ainda assim, é preciso considerá-la ao avaliar o potencial de rentabilidade do investimento.
Ao entender o que é ETF, é possível perceber que o fundo oferece diversos benefícios à carteira dos investidores, certo?
Acompanhe, a seguir, mais detalhes sobre as principais vantagens que investir em ETFs pode proporcionar!
Para adquirir uma cota de um ETF, que é o investimento mínimo no Brasil, você geralmente não precisa de uma grande quantia. O montante mínimo necessário costuma ser acessível para a maioria dos investidores, tornando os fundos negociados em bolsa uma opção viável para quem está entrando no mercado financeiro.
Quando você investe em um ETF, você compra de uma só vez uma cesta que contém diversos ativos, e não apenas a uma ação ou título específico. Nesse caso, seu dinheiro é distribuído em diferentes alternativas, o que pode ajudar a reduzir o risco geral do seu portfólio.
ETFs são regulamentados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o que garante uma ampla divulgação de informações sobre o fundo. Você consegue facilmente acessar detalhes sobre a composição da carteira do veículo, assim como o desempenho e outras métricas relevantes.
Vale destacar que os dados são divulgados diariamente — ao contrário de outros tipos de fundo de investimento, que podem não divulgar suas posições em até 6 meses.
Os ETFs acompanham a média de mercado e, por isso, historicamente, eles superam a performance média dos fundos de investimentos ativos. Por exemplo, um levantamento semestral da Standard & Poor’s mostrou que 90% dos fundos de renda variável no Brasil não superaram o índice de referência em um horizonte de 10 anos.
O come-cotas é a antecipação do IR que incide em alguns fundos de investimento, ocorrendo enquanto o capital do investidor ainda está alocado. Ele é cobrado automaticamente a cada seis meses, descontado das cotas do investidor.
Porém, os ETFs não estão sujeitos a essa cobrança. Isso permite que os recursos permaneçam integralmente investidos, sem tributação, até que o investidor decida vender suas cotas.
Você entendeu que os ETFs são fundos de investimento já consolidados no mercado externo, em especial, nos Estados Unidos. No Brasil, o mercado de ETFs tem passado por um grande crescimento nos últimos anos.
Desde a regulamentação desses fundos, em 2002, o número de ETFs disponíveis na B3 aumentou para mais de 90. Os dados são de um levantamento da própria bolsa brasileira.
Segundo estudo feito para a B3, de 2004 a 2024, o volume médio de negociações diárias envolvendo cotas de ETFs cresceu significativamente. As movimentações passaram de R$ 4 milhões para R$ 1,4 bilhão.
Nesse ano, os ETFs representavam cerca de 7% do volume negociado em ações na bolsa brasileira. Confira o gráfico:
Entre as alternativas disponíveis, os ETFs incluem tanto fundos que seguem índices brasileiros quanto internacionais. Os investidores têm acesso indireto a uma diversidade de ativos, que vão desde ações estrangeiras até commodities e criptoativos.
A Investo é a maior gestora independente de ETFs do Brasil, contribuindo ativamente para a consolidação desses fundos negociados em bolsa no país. Com 18 ETFs lançados na B3 e mais de R$ 1 bilhão sob gestão, em 2024, somos responsáveis por grande parte do mercado desses fundos na B3.
Atendemos mais de 50 mil investidores e oferecemos fundos que cobrem uma ampla variedade de setores. Nossos principais ETFs incluem empresas globais e áreas como tecnologia, biotecnologia, games e e-sports, além de renda fixa internacional e nacional.
Ao entender o que é ETF, se você se interessou por investir nesse tipo de fundo, é essencial saber como encontrar alternativas adequadas para o seu perfil. Afinal, como visto, existe uma grande quantidade de veículos disponíveis no mercado financeiro — então você precisa saber analisá-los.
Aprenda os passos para escolher o ETF adequado para as suas necessidades!
O perfil de investidor é uma maneira de classificar o quanto você se sente confortável com riscos em seus investimentos na busca por retornos. Ele pode ser conservador, moderado ou arrojado, dependendo da sua tolerância ao risco.
Reflita sobre qual é o propósito do investimento em ETFs e qual impacto eles terão na sua carteira. Pondere se você está buscando crescimento a longo prazo, proteção contra a volatilidade ou outros objetivos. Ter essa clareza contribui para fazer escolhas alinhadas às suas metas.
Como você viu, no Brasil, os ETFs buscam replicar a performance de diferentes indicadores de mercado. Tendo isso em mente, considere optar por um fundo que ofereça a diversificação necessária para a sua carteira, a partir da análise de todo o seu portfólio.
Todos os investimentos têm custos, e com os ETFs não é diferente. Então confira a taxa de administração e outros custos associados ao veículo que você está considerando para a sua carteira, como é o caso dos impostos. Assim, você tomará decisões mais embasadas.
Uma vez escolhido um ou mais ETFs para compor a sua carteira, chega a hora de efetuar a compra de cotas desses veículos. O processo é simples, semelhante a uma aquisição de ações, como você entendeu.
Confira o que você precisa fazer para investir em ETFs!
No Brasil, o acesso aos ETFs é feito por meio do home broker, que insere o investidor no ambiente da bolsa de valores. Para tanto, é preciso ter conta em uma corretora de valores ou banco, que garantem acesso ao sistema necessário para realizar as negociações.
A escolha da instituição ideal para você depende da análise de fatores como taxas, serviços oferecidos e a facilidade de uso da plataforma. Após escolher a melhor opção para as suas necessidades, basta preencher um cadastro e aguardar sua aprovação para abertura da conta.
Com a conta aberta, o próximo passo é transferir dinheiro para ela. Você pode fazer isso por Transferência Eletrônica Disponível (TED) ou Pix, por exemplo. O montante a ser enviado deve ser aquele que você planeja investir.
Para investir em um ETF, você precisa comprar cotas do fundo escolhido. Insira o ticker do veículo, a quantidade de cotas que você deseja adquirir e, se desejar, o preço desejado, conforme a sua análise em relação ao investimento.
Também há a possibilidade de enviar a ordem de compra a mercado — que será executada conforme a melhor oferta naquele momento. Depois de confirmar a operação, a negociação será efetivada assim que a bolsa identificar uma ordem de venda compatível.
Após comprar cotas de ETFs, acompanhe a evolução do preço das suas cotas e o desempenho do índice que o fundo replica. Assim, você pode entender se o veículo está atendendo às suas expectativas.
Agora você não apenas sabe o que é ETF como também entendeu quais são as suas vantagens e como escolher as alternativas mais adequadas para a sua carteira. Desse modo, será possível tomar decisões financeiras mais alinhadas ao seu perfil e aos seus objetivos.
Se essas informações ajudaram você, aproveite para repassar o conhecimento. Compartilhe o artigo nas suas redes sociais!