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Private equity: como investir nesse mercado de forma acessível?

Você já ouviu falar em private equity? Entenda como esse mercado funciona e como você pode investir nele de maneira prática e acessível!

12 set 2023

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3 MIN DE LEITURA

Por Equipe Investo

O mercado financeiro oferece uma grande variedade de investimentos para que as pessoas possam rentabilizar o seu capital. Entre tantas alternativas disponíveis, pode ser interessante considerar o private equity. Você já ouviu falar sobre ele? 

Embora essa possibilidade exista há décadas, ela sempre foi caracterizada por ser restrita a públicos específicos. Porém, devido à democratização dos investimentos, muito mais pessoas estão conseguindo explorar nesse mercado, o que ajuda a explicar a sua expansão. 

Quer saber o que é private equity, quais as suas vantagens e como investir nessa modalidade? Então não deixe de acompanhar as informações a seguir! 

 

O que é private equity?  

Private equity é uma modalidade de investimento em que você adquire participação no capital de uma empresa privada. O objetivo é usar o aporte para impulsionar o crescimento da companhia e melhorar o desempenho dela antes de vender a participação no negócio para obter lucro. 

Vale ressaltar que essas empresas já atuam em um mercado mais consolidado e costumam ter um nível de faturamento sólido. No entanto, elas ainda não possuem tamanho ou resultados que viabilizem a abertura de capital na bolsa de valores.  

Logo, você não consegue comprar ações dessas companhias na B3, a bolsa de valores brasileira. Quem investe em private equity pode ganhar dinheiro de diferentes maneiras.  

Entre as principais, estão: 

  • crescimento e valorização da empresa; 
  • participação nos lucros da organização; 
  • venda das ações por um preço mais elevado, caso a companhia abra capital na bolsa de valores futuramente e comece a negociar suas ações de maneira pública. 

 

Qual é o cenário desse mercado no país?  

O mercado de private equity tem crescido no Brasil. Empresas de diversos setores, como tecnologia, saúde, infraestrutura, educação, serviços financeiros e outras, têm atraído diversos investidores. Esse desempenho se deve, em especial, ao ambiente de empreendedorismo e inovação presente no país. 

De acordo com um estudo divulgado pela Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP) em parceria com a KPMG, alguns dados se destacam. 

Veja só: 

  • o investimento em private equity no Brasil foi de R$ 37,2 bilhões até o 3º trimestre de 2022 (em 2021, ele havia sido de R$ 7,3 bilhões); 
  • apenas no 3º trimestre de 2022, os aportes em private equity foram de R$ 19,3 bilhões (no mesmo período em 2021, ele foi de R$ 2,2 bilhões); 
  • até o 3º trimestre de 2022, havia acontecido 40 rodadas de investimento em private equity, enquanto em todo o ano de 2021 o total foi de 26 rodadas. 

Como você pode observar a partir desses dados, o mercado private equity tem evoluído consideravelmente no Brasil, ganhando cada vez mais espaço. Isso é interessante tanto para as empresas que precisam de recursos quanto para investidores em busca de oportunidades. 

 

Private equity e venture capital: qual a diferença? 

Ao se deparar com informações sobre private equity, é comum se deparar com outro termo em inglês: o venture capital. Esse termo também diz respeito a uma forma de investimento, mas ele se distingue do private equity. Por isso, é essencial conhecer essa opção para que não haja confusões na hora de investir. 

O private equity, como você viu, se concentra em empresas mais maduras e estabelecidas, tendo o objetivo de impulsionar a sua eficiência operacional e valorização. 

Já o foco do venture capital é investir em companhias em estágio inicial, como startups, empresas iniciantes e outras possibilidades. Como ele está exposto a um grau maior de incerteza, o venture capital costuma ser mais arriscado. 

Contudo, quanto maior for o risco, a alternativa oferece um potencial de ganhos mais elevados que o private equity. 

De qualquer modo, ambas modalidades — private equity e venture capital — compartilham a abordagem de adquirir participações em empresas de capital fechado. O que as difere é o estágio do ciclo de vida que se encontra a companhia que receberá os aportes dos investidores. 

Além dessas duas possibilidades, vale destacar que existe o seed capital. Seed é um termo em inglês cuja tradução é semente. Esse significado já traz uma ideia sobre o funcionamento do investimento do tipo capital semente. 

Na prática, a alternativa é a mais arriscada entre as três. Ela envolve investimentos para ajudar companhias a dar os primeiros passos no desenvolvimento e lançamento de um produto, serviço ou negócio. 

 

Quais são as vantagens de investir em private equity?  

Após conferir o conceito e o funcionamento do private equity e no que ele se difere do venture capital, convém saber mais sobre as suas vantagens. Assim, você poderá avaliar se investir nesse mercado realmente compensa e faz sentido para o seu caso. 

Para tanto, veja nos tópicos a seguir os principais pontos positivos de investir em private equity! 

Potencial de retorno  

A primeira vantagem de investir em private equity é que esse mercado pode oferecer um potencial de retorno expressivo aos investidores. Inclusive, existe a chance de superar os ganhos de outras alternativas para investir em empresas, como as ações. 

Diversificação 

Outro aspecto interessante do private equity é que ele pode contribuir para a diversificação dos seus investimentos. Afinal, por meio dessa modalidade, há como incluir em seu portfólio companhias dos mais variados setores. 

Porém, lembre-se de que esse tipo de investimento é mais arriscado. Então ela costuma ser mais alinhada com os objetivos e expectativas de investidores com maior apetite ao risco, como aqueles de perfil arrojado.  

Acesso a empresas privadas promissoras 

O private equity também possibilita o investimento em empresas privadas com potencial de crescimento e inovação. Ele permite acessar setores e oportunidades que não estão disponíveis no mercado de ações, por exemplo. 

Diversas possibilidades 

Diversas empresas privadas no Brasil precisam de aportes financeiros e muitas não desejam recorrer a empréstimos bancários e financiamentos. Afinal, essas soluções costumam ter taxas de juros elevadas, o que tende a aumentar a dívida das organizações e afetar seu planejamento financeiro. 

Além disso, elas podem não querer abrir capital na bolsa de valores no momento. Nesse sentido, o private equity pode ser uma alternativa vantajosa — não apenas para empresas, como para os investidores.  

Como há muitas companhias que preferem essa abordagem, os investidores podem encontrar diversas empresas para destinar recursos. 

Apesar de todos esses benefícios, vale ressaltar que o investimento em private equity pode apresentar alguns desafios e riscos. Entre eles, destacam-se aqueles relacionados à volatilidade e à baixa liquidez. 

Uma empresa ter boas perspectivas não garante que ela será bem-sucedida e você obterá lucros, por exemplo. Ademais, por esse ser um tipo de investimento pensado na valorização e no desenvolvimento de companhias, ele não é destinado para o curto ou médio prazo. 

Ou seja, o investimento em private equity deve ser feito pensando no longo prazo. Por esse motivo, inclusive, ele não costuma ter uma alta liquidez. Por causa dessa questão, não é tão simples e rápido reaver o seu dinheiro. 

Portanto, antes de investir nessa alternativa, é essencial fazer uma análise cuidadosa, considerando o seu perfil de investidor e as suas metas financeiras. Assim, você poderá tomar decisões mais adequadas e estratégicas caso pretenda realizar aportes no mercado de private equity. 

 

Como acessar esse mercado?  

Até aqui, você viu os principais aspectos sobre o private equity. Mas, afinal, como você pode investir em private equity de modo a acessar esse mercado e ter a oportunidade de rentabilizar o seu capital? 

Se você entende que essa alternativa condiz com seu perfil e faz sentido para as suas metas, saiba que existem três maneiras principais para esse propósito. Conheça cada uma delas nos tópicos a seguir! 

Investimento direto 

A primeira forma de acessar o mercado de private equity é por meio da realização de aportes financeiros diretamente em empresas que você tem interesse. Essa alternativa requer um capital mais elevado, além de conhecimentos específicos de mercado. 

Para investir de maneira direta em private equity, você deve seguir alguns passos. Entre eles, estão: 

  • realizar diversas pesquisas para identificar oportunidades de investimento; 
  • fazer uma análise rigorosa das oportunidades identificadas — o que inclui a avaliação das empresas, sua equipe de gestão, modelo de negócios, desempenho financeiro, perspectivas de crescimento, potencial de retorno e outros pontos; 
  • negociar os termos e condições do investimento com os donos da organização; 
  • lidar com procedimentos burocráticos, que envolvem, por exemplo, a documentação; 
  • acompanhar de perto o desempenho da companhia e trabalhar em conjunto com a equipe de gestão para alcançar os objetivos acordados. 

Note que investir diretamente em private equity é um processo complexo e trabalhoso, além de envolver um capital bastante elevado. Devido a essas características, a opção não costuma ser viável para a maioria dos investidores. 

Fundos de private equity 

Outra maneira de investir em private equity é por meio de fundos, os quais permitem acessar uma carteira diversificada de empresas. Na prática, esses fundos contam com gestores profissionais que ficam encarregados de analisar e escolher as empresas que farão parte do seu portfólio, conforme estratégias e regras específicas. 

Para definir quais organizações comporão a carteira do fundo, os gestores avaliam aspectos como: 

  • características da empresa; 
  • produto ou serviço principal; 
  • potencial de crescimento no mercado em que atua; 
  • resultados já consolidados. 

Ademais, os gestores realizam o processo de valuation para verificar o valor justo de aquisição do negócio antes de comprar uma participação de fato na companhia.  

Após essas etapas, caso o gestor considere a empresa uma oportunidade interessante, ela é incluída no portfólio do fundo. Os investidores, por sua vez, podem comprar cotas desse fundo para participar de seus resultados. 

Vale ressaltar que, além de selecionar e investir em empresas, os gestores atuam de maneira ativa nas organizações. Então eles ajudam e orientam as companhias por meio de seus conhecimentos e experiências, com o objetivo de que elas cresçam e prosperem. 

Por esses atributos, os fundos de private equity são uma alternativa mais cômoda para investidores, já que há gestores profissionais à frente do investimento. Contudo, convém ressaltar que esses veículos financeiros são limitados. 

Para investir nesse tipo de fundo, é preciso ser um investidor qualificado. Para obter essa classificação, é preciso cumprir um destes dois requisitos: 

  • pelo menos R$ 1 milhão investido em seu nome; 
  • uma certificação profissional do mercado financeiro. 

Se você se encaixa em um desses critérios, você pode investir nesses fundos. No caso dos fundos de investimento em participação (FIP), por exemplo, as cotas são disponibilizadas na B3. 

ETFs 

Outra forma de investir em private equity é por meio de ETFs (exchange traded funds) — também conhecidos como fundos de índice. Entre as opções apresentadas, essa é a mais acessível e viável. 

Os ETFs funcionam de maneira semelhante aos fundos que você conferiu anteriormente, já que contam com gestão profissional. Eles também oferecem exposição a uma cesta de ativos de empresas ou gestoras de private equity, permitindo que investidores participem desse mercado de maneira mais prática e conveniente. 

A diferença é que o foco dos ETFs é obter um desempenho equivalente a um índice de referência, replicando a carteira teórica do benchmark. Para investir em ETFs de private equity, é necessário comprar cotas deles na bolsa de valores brasileira.  

Veja o passo a passo:

  • acesse o home broker da sua corretora de valores; 
  • digite o ticker (código) do fundo de índice; 
  • informe a quantidade de cotas que deseja adquirir e o preço que deseja pagar por elas; 
  • confirme para finalizar a operação. 

Um exemplo de ETF de private equity disponível na bolsa de valores é o PEVC11. Ele replica o desempenho do BlueStar Top 10 US Listed Alternative Asset Managers Index, o qual é composto em grande parte por gestoras dos Estados Unidos e uma parcela do Canadá. 

Veja a sua composição: 

Esse ETF, desde o seu lançamento em setembro de 2022, tem superado o Ibovespa, índice que reflete o desempenho das ações mais negociadas na B3. Entretanto, lembre-se de que resultados passados não garantem desempenho futuro. 

Veja os dados referentes a agosto de 2023: 

Portanto, se você tem interesse em investir em private equity, o PEVC11 pode ser uma alternativa para você considerar para o seu portfólio — caso faça sentido para a sua estratégia no mercado financeiro.  

Conclusão 

O private equity apresenta oportunidades variadas para os investidores diversificarem suas carteiras e buscarem retornos expressivos. Com a disponibilidade de ETFs na B3, é possível ingressar nesse mercado de forma prática e acessível.  

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