Para os economistas, o investimento é todo item ou ativo que propicia a seu possuidor várias rodadas de consumo futuro. Ou seja, ele possibilita a existência de bens e rendimentos ao longo do tempo. Neste sentido, ele é totalmente diferente do ato de consumir! Vamos a alguns exemplos. Seu eu compro um automóvel para uso própria e da minha família, seu “retorno” é tão somente a satisfação que qualquer bem de consumo propicia: ou seja, seu próprio usufruto. O mesmo vale para uma televisão, uma roupa, uma bebida etc. Os bens de consumo, portanto, não geram rendimentos ou produção futura. Por outro lado, se uma padaria adquire um novo forno, essa compra lhe possibilitará produzir pães ao longo de muitos anos e, desejavelmente, trazer lucros também. Neste caso, trata-se de um bem de capital. Portanto, o investimento tem a capacidade de aumentar a capacidade produtiva da economia, dando-lhe a possibilidade de gerar novos bens, serviços e rentabilidade ao longo do tempo. Por isso, a produção de novas construções (casas, edifícios, prédios comerciais, galpões), instalações, a compra de máquinas e equipamentos (como o forno da padaria), e a geração de novas tecnologias produtivas são considerados como investimento.
A rigor, o investimento só é realizado por empresas, com algumas poucas exceções, como a construção de uma casa que pode ser efetivada por uma pessoa ou família. Mas no mercado financeiro, utilizamos a palavra investimento com um sentido parecido ao que se ensina nas aulas de economia. Isto porque, ao aplicar seu dinheiro em ativos, você também receberá várias rodadas de rendimentos futuros. Embora isso não aumente diretamente a capacidade produtiva de uma economia (ou seja, não gerará a capacidade de produzir novos bens), pode-se dizer que é uma forma de investimento que traz retornos específicos ao longo do tempo, como dividendos (no caso de ações) ou juros (no caso de aplicações da renda fixa). Assim sendo, ao investir seu dinheiro no mercado financeiro, você terá a possibilidade de obter resultados futuros ao longo do tempo, os quais poderão ampliar seu patrimônio.
Poupar e investir são coisas diferentes. Para os economistas, a poupança é uma renúncia ao consumo presente, uma espécie de sacrifício. Portanto, é parte da renda não consumida que, por sua vez, pode vir a se tornar um investimento, mas não necessariamente. E por quê? Porque as decisões entre investir e poupar são diferentes. Se você simplesmente deixa o dinheiro que sobra todo mês parado na sua conta, você está poupando mas não investindo. Por isso, a poupança é aquela reserva que as pessoas fazem para comprar algo em um período próximo ou simplesmente para situações de emergência. É claro, você deve estar pensando, que eu poderia pegar esse dinheiro e aplicar em minha conta poupança do banco e, com isso, ganhar juros. Neste caso, então seria um investimento? A rigor, sim. Mas é um mau investimento, principalmente se você tem expectativas de aumentar seu patrimônio vendo seu dinheiro render satisfatoriamente ao longo do tempo. Hoje em dia a caderneta de poupança rende 70% da taxa Selic, o que significa algo que não chega a ser maior do que 1,5% ao ano! Logo, trata-se de um rendimento muito baixo, ainda mais se considerarmos uma inflação de 3,5% no ano de 2020. Você terá, portanto, uma perda de 2% em termos reais.
Apesar de a poupança ser um investimento ruim, o ato de poupar é um passo importantíssimo para você começar a organizar suas contas e se preparar para investir. Não adianta dar um passo maior que a perna, concordam? No texto anterior apresentamos dicas sobre como organizar suas finanças e seu patrimônio. Vamos retomar algumas de suas ideias centrais agora. Primeiramente, você deve anotar e separar suas despesas entre fixas, variáveis e ocasionais.
São aquelas que ocorrem com regularidade e estão quase sempre presentes em sua vida, como o aluguel (ou prestação do imóvel), contas de luz, água, internet, alimentação, transporte, mensalidade escolar etc. Essas despesas geralmente tomam o maior espaço dos nossos orçamentos e, apesar de apresentarem alguma rigidez, sempre é possível fazer algumas economias. Por exemplo: trocar o plano de internet para um mais barato, negociar o valor do aluguel, diminuir o uso do aplicativo de transporte e andar mais de metrô/ônibus.
São aquelas com prazo de validade determinado: uma compra parcelada, um financiamento de médio prazo ou alguma necessidade não prevista. A dica aqui é controlar e diminuir essas despesas. Compras à vista são preferíveis aos financiamentos sempre que possível, por exemplo. Desse modo você se livra dos juros e de um fluxo de dívida futuro.
Por fim, as despesas ocasionais referem-se geralmente ao lazer ou ao consumo extra.
Uma vez que você realizou seu controle de gastos e percebe que sempre sobra um pouco de caixa no fim do mês, você estará apto a investir. Agora,o desafio será pesquisar sobre o assunto, procurando formas de fazer seu dinheiro render melhor. Este blog possui vários textos que podem ajudar a navegar por esse tema: renda fixa, renda variável e fundos de investimento (inclusive ETFs). Cada um desses tipos de investimentos possui sua característica em termos de prazos, retornos e risco. Conselhos para quem está iniciando: