Os Brazilian Depositary Receipts (BDRs) são títulos lastreados em ações estrangeiras. Imagine uma instituição financeira cadastrada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Pois bem, essa instituição resolve comprar um certo volume de ações de empresas listadas em bolsas estrangeiras e, a partir delas, cria um produto (um outro ativo financeiro) que terá sua rentabilidade influenciada por essas ações. Assim sendo, um BDR não possui uma rentabilidade totalmente igual ao de ações estrangeiras – na verdade, não é a mesma coisa que comprar diretamente uma ação negociada em bolsas internacionais -, mas seu valor é diretamente influenciado por elas.
Para que esse mercado exista, são necessárias algumas instituições-chave, são elas:
Existem dois tipos de BDRs: os patrocinados e os não patrocinados. Os patrocinados são aqueles em que as próprias empresas procuram as instituições locais para emitirem BDRs lastreados em suas ações. Ou seja, trata-se de uma estratégia interessante para companhias estrangeira que queiram entrar no mercado brasileiro utilizando as instituições depositárias daqui como intermediários. Por sua vez, os BDRs patrocinados dividem-se nos níveis I, II e III. Vejamos.
Já os BDRs não patrocinados são iniciativa da própria instituição depositária: é ela que compra ações nos mercados estrangeiros e emite os BDRs como estratégia própria. É o tipo mais comum de BDR existente no mercado financeiro brasileiro e seu acesso está disponível para todos os tipos de investidores.
Com BDRs basta você abrir sua conta em corretora nacional e ir às compras… em reais (é claro que a cotação da taxa de câmbio influirá na rentabilidade de seu ativo, mas você não precisará fazer remessas nos processos de compra e venda, o que já é uma mão na roda)! Sim, toda a operação já estará adequada e regulamentada conforme as práticas nacionais.
Como qualquer ativo de renda variável, os riscos dos BDRs estão associados às oscilações em seu preço. Muitos fatores podem influenciar nesse quesito: fatos políticos, econômicos, ambientais, internos às empresas etc. Então saiba desde já se o seu perfil de investidor é o de um tomador de riscos ou mais conservador. Lembre-se que os BDRs são lastreados em ações listadas em bolsas estrangeiras e por isso há fatores de influência que muitas vezes não aparecem tão facilmente nas informações divulgadas aqui. Por isso, um BDR vai exigir um esforço de disciplina e aprendizado maior por parte do investidor.
Os custos e as taxas que incidem sobre BDRs são semelhantes aos das ações. São eles:
Os ETFs são fundos atrelados a índices de mercados. Eles funcionam da seguinte maneira: os gestores de um ETF compõem sua carteira de maneira proporcional – e de modo a refletir – o desempenho de um índice consagrado de mercado. Assim sendo, se você quer que seus rendimentos acompanhem o índice da Bovespa, basta adquirir um ETF vinculado a ela. Há vários ETFs tanto de renda fixa quanto de renda variável e sua escolha deverá ser pautada pelo seu perfil de investidor e pela diversificação de sua carteira. Assim como os BDRs, os ETFs estão ganhando um espaço cada vez maior no mercado financeiro brasileiro por possuírem as seguintes características:
Existem ETFs que possuem em sua carteira ações listadas em mercados estrangeiros, de modo a seguir certos índices internacionais. É neste ponto, digamos, que o ETF pode “concorrer” com um BDR. Em geral, se você quer ter acesso a mercados externos, seria mais fácil adquirir um ETF. Você poderia, por exemplo, adquirir o ETF IVVB11 que é constituído por ações das 500 maiores empresas listadas na bolsa de valores dos Estados Unidos. Tendo uma conta em uma corretora autorizada você compra o ETF como se fosse qualquer outro ativo listado na bolsa brasileira. Mas e seu quiser BDR? Bom, essa estratégia vai te demandar mais tempo, aprendizado, paciência e disciplina. Em primeiro lugar, você deverá traçar uma estratégia e estudar o mercado de modo a construir uma carteira de BDR que lhe possibilite seu rendimento desejado. Com o ETF, a gestão do fundo já faz isso para você. Lembre, também, que o BDR não reflete completamente o valor de uma ação listada em bolsa estrangeira. Ele é um produto diferente, elaborado e emitido no mercado nacional que é influenciado pelo desempenho de suas ações-base mas não as mimetiza completamente. De qualquer maneira, quem define o que é desvantagem ou vantagem neste caso? O fato de os BDRs exigirem mais experiência e aprendizado de um investidor pode se transformar em uma vantagem na medida em que esse mesmo investidor aprende mais sobre o mercado e se torna mais seguro neste mundo. No longo prazo, uma carteira distribuída em ETFs e BDRs pode ser uma boa, já que garante diversificação e, muito provavelmente, rendimentos satisfatórios. É importante estudar e se cercar de profissionais de qualidade em sua trajetória no mercado financeiro. Não se esqueça que os planejamentos de longo prazo são mais recomendados, sobretudo se você traça horizontes e estratégias.