A chegada do décimo terceiro é aguardada ansiosamente. E se você pensa assim, é provável – mas muito provável – que você se planejou mal ao longo do ano. Isto porque a primeira coisa que devemos aprender é colocar o décimo terceiro no nosso planejamento anual que se inicia em janeiro. Não adianta esperar novembro chegar, porque provavelmente esse dinheiro não vai consertar todos os erros cometidos ao longo do ano. Mas o que fazer então? Bem, ao longo desse texto você vai ver que o décimo terceiro pode ser utilizado para as seguintes situações:
A seguir, vamos ver em detalhes cada um desses tópicos.
Vocês sabem que as dívidas são um problema para muitos brasileiros. Estamos falando dos mais diversos tipos delas: cheque especial, financiamento de veículos, empréstimo pessoal etc. Só para você ter uma ideia, vamos te mostrar as taxas médias de juros por tipo de endividamento vigentes no Brasil de hoje (dezembro de 2020):
Agora, pense quanto você consegue de rendimento anual investindo em renda fixa? Ou mesmo em renda variável? Dificilmente uma aplicação – por melhor que ela seja – vai lhe propiciar um rendimento equiparável aos juros expostos aí em cima. Então, a melhor coisa que você faz é negociar com seu banco (ou qualquer que seja seu credor) uma quitação de sua dívida com desconto. O décimo terceiro pode vir bem a calhar para isso. Mesmo que ele não seja suficiente para abater toda a dívida, já seria um alívio eliminar parte dela e reduzir o valor das parcelas, deixando seu orçamento mais folgado para o restante do ano.
Em outro texto, falei sobre a importância de se construir uma reserva de emergência. Trata-se de uma estratégia importantíssima para nosso planejamento financeiro. Algo que nos ajuda a lidar com certos imprevistos que ocorrem ao longo da vida. Mas onde entra o décimo terceiro nessa história? Pois bem, ele pode ser um ponto de partida – aquele pontapé inicial – para você começar a fazer uma reserva de emergência. Se você não está endividado, mas também acha que ainda não tem uma quantia suficiente para investir no longo prazo, você pode e deve começar a se planejar utilizando o décimo terceiro para isso.
Muita gente se empolga com décimo terceiro e sai gastando por aí. Renova o guarda-roupa, gasta em uma viagem cara (até porque tudo fica caro nessa época do ano!), enche a família de presentes etc. Aí chega o ano novo e vem a frustração. Um monte de conta para pagar como, IPTU, IPVA, matrículas (e outros gastos relacionados a educação), imposto de renda … Então, é muito importante que você reserve seu décimo terceiro (ou parte dele) para esses gastos que chegam a partir de janeiro. Aliás, se o seu planejamento anual for bem elaborado – ou seja, se você souber quanto dinheiro consegue economizar para o ano todo -, você já terá incluído esses gastos sazonais em seu orçamento e, portanto, ficará menos surpreso.
Há várias dicas de como potencializar seus rendimentos aplicando no mercado financeiro. Se você consegue economizar recursos, significa que você pode conseguir uma renda extra investindo seu dinheiro. Falamos sobre como os juros pesam sobre os ombros dos devedores. Então pense em ser credor ao invés de devedor, porque assim os juros pingam na sua conta sem que você faça grandes esforços. Por isso, é como se o dinheiro trabalhasse para você. É claro, que o seu esforço será o de se planejar, se disciplinar e se informar sobre o mercado financeiro.
Depende. Para não ter muito risco, é recomendável que você coloque esse dinheiro em renda fixa. Com isso você terá uma rentabilidade garantida e de baixo risco. Há vários tipos de investimentos para esse perfil. Você poderia dar uma olhada, por exemplo, em CDBs, Tesouro Selic, ETFs de renda fixa etc. Agora, se você se propõe a fazer um investimento de longo prazo, ou seja, se você está tranquilo e sabe que não vai precisar do décimo terceiro tão prontamente, então é interessante que você invista em renda variável. Nesse quesito entram ações, fundos de ações, ETFs de renda variável e outros investimentos que podem ser arriscados no curto prazo, mas lhe garantirão bons retornos e mais segurança em períodos mais dilatados.
Claro que é possível reservar uma parte do décimo terceiro para aquelas compras de fim de ano. Mas procure estabelecer um teto de acordo com suas possibilidades e seu planejamento. Muitas vezes, presentes simbólicos (como lembranças) já são suficientes para agradar seus amigos e parentes e demonstrar seu afeto. Sinceramente, ninguém vai se incomodar se você maneirar nos presentes. Você pode sugerir um amigo secreto (ou “amigo oculto” em algumas regiões do país), algo divertido e econômico porque cada um só compra um presente. Mas o mantra é: não se pendure nas compras e nos presentes. O décimo terceiro é essencial para uma transição tranquila para o próximo ano.