No momento de investir, é importante ter estratégias que ajudem a alcançar seus objetivos, considerando as oportunidades do mercado. Assim, se você está na fase de acumulação de patrimônio, pode se interessar por reinvestir os dividendos.
No entanto, antes de decidir se essa é a melhor alternativa para a sua carteira, é necessário entender como a estratégia funciona e quais são suas vantagens. Dessa forma, você poderá tomar decisões mais seguras e alinhadas às suas necessidades.
Neste artigo, você descobrirá como funciona o reinvestimento dos dividendos e quais os benefícios dessa prática ao longo do tempo. Vamos lá?
Primeiramente, é preciso deixar claro o conceito de dividendos. Trata-se de uma parcela do lucro de empresas ou de fundos de investimento imobiliário (FIIs). Logo, os dividendos são distribuídos entre os investidores que possuem ações ou cotas, de maneira proporcional à sua participação.
No caso das companhias, as regras de pagamento são definidas no estatuto social do negócio. Como o percentual que será compartilhado e os períodos de recebimento dependem de cada empresa, os investidores que focam em dividendos devem escolher aquelas mais atrativas para a sua estratégia.
Isso porque algumas empresas utilizam grande parte dos lucros para reinvestir no crescimento do próprio negócio. Dessa forma, essas companhias podem não ser tão interessantes para os investidores que desejam receber dividendos.
Já no caso dos FIIs, a legislação determina que eles distribuam, no mínimo, 95% dos lucros entre os cotistas na forma de dividendos semestralmente. Entretanto, alguns fundos optam por distribuições mais frequentes — inclusive mensais.
Outro ponto importante é o fato de os dividendos serem isentos de Imposto de Renda no Brasil. Dessa forma, é possível otimizar a rentabilidade obtida nos investimentos que pagam esses rendimentos.
Agora que você sabe o que são dividendos, pode se interessar em montar uma carteira com foco nesses proventos. Contudo, quem está na fase de acumulação de patrimônio pode considerar reinvestir os rendimentos obtidos ao longo do tempo.
A prática consiste em utilizar o montante recebido por meio dos dividendos para comprar novas ações ou cotas de FIIs. Assim, a estratégia pode impulsionar seus investimentos, pois ajuda a fazer o seu dinheiro render ainda mais.
Reinvestir dividendos sempre que possível também ajuda a reduzir o preço médio por ação ou cota, aumentando o valor da sua carteira. Então a tendência é que sua renda passiva aumente, permitindo que você realize seus objetivos.
Como você viu, quem investe com foco em receber dividendos precisa buscar as empresas mais atrativas. Contudo, quem não tem tempo ou conhecimento para analisar ações individualmente pode se interessar pelos fundos de investimento.
Nesse sentido, os ETFs (exchange traded funds) podem atrair a atenção dos investidores. Então vale a pena entender como funciona o pagamento de dividendos nessa modalidade de investimento.
Também conhecidos como fundos de índice, os ETFs são uma modalidade de investimento coletiva que espelham o desempenho de um indicador do mercado financeiro.
Portanto, com a aquisição de cotas dos ETFs, o investidor pode se expor aos mesmos ativos e produtos financeiros que compõem o índice espelhado. No entanto, se o seu foco é obter renda passiva por meio de dividendos, precisa entender como essa prática funciona nos fundos de índice.
Um ETF cuja carteira é composta por ações, por exemplo, pode receber dividendos desses ativos. Contudo, embora o fundo receba esses proventos normalmente, eles não são repassados de maneira direta aos investidores.
Na prática, a gestão do fundo reinveste os dividendos, aumentando o patrimônio — o que pode refletir no avanço do preço das cotas. Assim, a estratégia também traz possibilidades de ganhos para os investidores.
Logo, ao investir em ETFs, você pode usufruir dessa prática sem precisar se preocupar em reinvestir os dividendos constantemente. Afinal, existe um gestor profissional responsável pelo fundo que faz isso por você.
Também vale saber que, em outros países —como nos Estados Unidos —, é possível encontrar fundos de índice que distribuem dividendos. Então a regra explicada é aplicável apenas ao Brasil.
Como você viu, ainda não é possível encontrar ETFs que pagam dividendos na bolsa de valores brasileira (B3). Contudo, a B3 está se preparando para receber fundos de índice que fazem esse pagamento a partir do quarto trimestre de 2022.
Trata-se de um projeto porque ainda existem alguns obstáculos que impedem a criação de ETFs que distribuem dividendos no país. Do ponto de vista técnico, a B3 ainda precisa desenvolver um sistema que possibilite o pagamento de proventos pelos fundos de índice.
Após saber mais sobre a estratégia, você pode se perguntar se vale a pena reinvestir os dividendos. A decisão é bastante particular, pois dependerá do seu perfil de investidor e dos seus objetivos. Afinal, trata-se de um investimento em renda variável.
Assim, é preciso considerar os riscos envolvidos e os resultados que podem ser obtidos. Se você quer ter uma fonte de renda passiva no futuro, a estratégia pode ser interessante para acelerar o processo.
Para entender melhor como a estratégia pode ser eficiente, vale considerar um exemplo que trata do retorno total do S&P500 com dividendos reinvestidos e sem o reinvestimento dos proventos.
Para isso, confira a tabela a seguir, baseada na figura 6.1 do livro “O investidor de bom senso”, de John Bogle. Ela considera a valorização de um aporte de US$ 10 mil em 1926.
Veja só:
Ano | Valorização do preço do S&P500 somente | Retorno total do S&P com dividendos reinvestidos |
1960 | US$ 20 mil | US$ 92mil |
1980 | US$ 104 mil | US$ 892 mil |
2000 | US$ 1 milhão | US$ 27,9 milhões |
2016 | US$ 1,7 milhão | US$ 59,1 milhões |
Vale destacar que o S&P500 reúne as 500 empresas com maior negociação nas bolsas norte-americanas. Ao analisar a tabela, é possível perceber as diferenças na valorização ao longo do tempo e como reinvestir os dividendos ajudaria a impulsionar os resultados.
Agora você sabe que reinvestir dividendos pode impulsionar o seu capital ao longo do tempo. A estratégia é bastante utilizada por quem deseja acumular patrimônio e ter uma fonte de renda passiva no futuro. Se essa também é a sua meta financeira, a prática pode ser interessante para a sua carteira — inclusive aproveitando os benefícios dos ETFs.
Gostou das informações? Então complemente a leitura e conheça a diferença entre investir em ETF e ações!