Falar sobre dinheiro e educação financeira ainda é um tabu para a maioria dos brasileiros, o que ajuda a explicar, em parte, o dado levantado pela Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em janeiro deste ano, que apontou que o percentual de famílias endividadas no país chegou a 66,5%. Cada vez mais, se faz necessário começar a abordar assuntos como finanças, equilíbrio de gastos e a importância de poupar com as crianças. Só assim, elas terão mais chances de alcançar a independência e segurança financeira na vida adulta.
E a Investo aproveita a semana em que comemoramos o Dia das Mães, para ajudar os pais com algumas dicas importantes de como introduzir a Educação Financeira no dia a dia dos pequenos. Isso porque, não tem nada mais prazeroso para uma mãe do que ver seus filhos crescerem independentes.
Tome nota!
Não existe uma idade certa para começar, mas aos três anos a criança já sabe contar, o que pode facilitar a introdução do assunto. Nessa fase da infância, os pais podem começar a apresentar as cédulas de papel. Uma forma lúdica de fazer isso é mostrar que cada uma tem um animal e um valor diferente e que, quanto maior o valor, mais possibilidades ela terá de comprar itens como brinquedos e guloseimas. Assim, ela aprende de uma forma divertida e compreende melhor o conceito.
Crianças não têm clareza sobre a origem do dinheiro dos pais e, para aprender a valorizá-lo, é importante ensinar que ele é conquistado com trabalho e não “ganhado do banco”, o que pode dar uma ideia de que é fácil e não exige esforço. Aproveite para explicar a sua profissão, o que faz no trabalho e como conquista o seu salário.
Você também pode mostrar aos seus filhos a existência de diversas profissões e propor um exercício divertido de pensar no que ela quer ser quando crescer, quais são os seus sonhos. Enfim, deixe a conversa leve e a imaginação fluir!
Muitos adultos não conseguem guardar dinheiro, porque não criaram esse hábito durante a vida. O famoso cofrinho pode ser um importante aliado dos pais nessa missão. Ele pode ser individual ou coletivo, em que toda família se une para juntar dinheiro. Como incentivo a poupar, vocês podem definir juntos um objetivo de gasto com o que for arrecadado ao final de determinado período, ou estabelecer uma cota para cada pessoa depositar por mês. Aqueles que recebem mesada dos pais podem reservar uma parte para o porquinho.
Importante: evite ceder à ansiedade das crianças e quebrar ou abrir o cofre antes da hora. Os pequenos precisam aprender que poupar exige paciência e dedicação e que valerá a pena, porque o montante tende a ser cada vez maior com o passar do tempo.
Quem tem filhos mais velhos, pode aproveitar a oportunidade para explicar sobre as diferenças entre pagamento à vista e parcelamento, ressaltando as vantagens de juntar dinheiro. Você pode aproveitar a oportunidade e abordar também a existência dos juros e dos rendimentos dos investimentos.
Ter um planejamento financeiro é fundamental para realizar sonhos. Saber exatamente quanto ganha, quanto pode ser gasto e o que será poupado. Muitos adultos não conseguem fazer esse exercício até hoje, mas se você inserir essa dinâmica ainda como brincadeira com os seus filhos, terá mais chances deles se tornarem mais conscientes sobre seus gastos na vida adulta.
Uma dica é propor um objetivo a ser conquistado com o investimento – que pode ser o cofrinho da dica 4. Você pode fazer com as crianças uma conta simples e calcular o tempo necessário que todos vão precisar aguardar até acumular o montante desejado.
Aos mais velhos, é possível também falar sobre a importância de ter reservas para uma emergência, pois elas acontecem e é preciso estar preparado.
Ao começar a falar sobre dinheiro com as crianças, é preciso tomar cuidado para não cair em algumas armadilhas. A criança precisa entender que existem obrigações e responsabilidades a cumprir, como frequentar a escola e tirar boas notas, por isso, esses não são motivos para receber recompensas.
Da mesma forma, os pais devem evitar completar o valor que falta para a criança atingir um objetivo financeiro, como o cofrinho que citamos acima. Ela precisa entender que o investimento leva tempo e é preciso ter paciência, e também que os recursos são limitados. E, acima de tudo, o adulto precisa dar bons exemplos como não estourar o limite do cartão e ter planejamento financeiro.
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