O ano de 2020 foi marcado pela crise mundial de coronavírus, que prejudicou diversos setores da economia. Porém, na contramão da retração econômica do período, o mercado de e-sports registrou crescimento — o que pode tornar o investimento no setor mais atrativo.
Embora grande parte das companhias que exploram o universo dos games sejam sediadas fora do Brasil, existem alternativas nacionais para se expor a esse mercado. No entanto, antes de investir nelas, vale aprender um pouco mais sobre seu conceito e funcionamento.
Portanto, siga com a leitura deste artigo. Nele você descobrirá como investir no setor dos e-sports e games, sem precisar tirar seu capital do Brasil.
Veja!
O primeiro e-sport (esporte eletrônico) do mundo foi o “Tennis for Two”, desenvolvido pelo físico William Higinbotham, em 1958. Ele consistia em duas barras verticais que serviam como raquetes e um ponto representando uma bola, que piscava no meio de uma tela de 15 polegadas.
A partir de então, existiram diversos esforços e disputas entre companhias para entregar o melhor entretenimento eletrônico para o público. Logo, o setor passou por diversas transformações até que companhias conhecidas como a Nintendo, Sony e Microsoft se tornassem líderes no mercado.
Apesar de seu histórico de crescimento, parte dessa ascensão aconteceu com o surgimento e popularização da internet e celulares. Isso porque os jogos online e mobile ultrapassaram barreiras físicas, dispensando a necessidade de reunir diversas pessoas em um local para disputar partidas.
Atualmente, existem campeonatos dos mais diversos tipos de e-sports. Para ilustrar, o jogo com maior premiação da história é o Dota 2. Seu campeonato, “The International”, pagou cerca de R$ 189 milhões para a equipe campeã, em 2019.
Já com a crise mundial de covid-19, em 2020, muitos torneios foram suspensos e reagendados, mas isso não significa que o segmento enfraqueceu. Pelo contrário, as medidas de isolamento social implementadas no período contribuíram para o aumento na procura pelos jogos eletrônicos.
Com isso, a indústria de games faturou cerca de US$ 162 bilhões mundialmente naquele ano. O montante representa mais que o dobro do faturamento das indústrias musical e cinematográfica juntas — que, somadas, alcançaram US$ 60 bilhões.
Como é possível perceber, o mercado dos games tem uma grande capacidade de se reinventar e se adaptar às tendências. Assim, o investimento no setor pode revelar uma alternativa interessante para quem deseja acompanhar esse crescimento.
De acordo com estimativas do mercado para os próximos anos, o setor possui potencial para um crescimento próximo a 10%. Essa premissa é embasada no aumento considerável de jogadores, que já ultrapassa 2,4 bilhões no mundo — somando os usuários de consoles, mobile e computador (PC).
Além disso, o universo gamer tem recebido aportes bilionários de gigantes da tecnologia. Empresas como a Apple, Amazon e Google lançaram recentemente suas plataformas de streaming voltadas para jogos. O objetivo foi acompanhar o crescente interesse nesse tipo de entretenimento.
Ademais, como grande parte dessas empresas são estrangeiras, expor seu capital a elas pode dolarizar sua carteira. Nesse sentido, seus investimentos terão maior proteção contra as oscilações do câmbio, por exemplo.
Se você se interessou pelo setor, vale saber que a forma mais tradicional de investir é pela aquisição de ações de empresas que atuam nesse mercado. Contudo, como muitas são estrangeiras, isso pode demandar que você abra conta em uma corretora no exterior e envie capital para outro país.
Nesse cenário, uma alternativa para se expor a esses ativos é o investimento em BDRs e ETFs. Ambos são negociados no mercado nacional, o que traz praticidade e acessibilidade para quem deseja expor o capital ao exterior.
Veja como funcionam!
Os brazilian depositary receipts (BDRs) são certificados de depósito de valores mobiliários. Ou seja, títulos que estão atrelados a um investimento estrangeiro — como a ação de uma empresa internacional. Sua negociação é feita por meio do home broker, de modo semelhante às ações.
No mercado nacional podem ser encontrados BDRs de diversas empresas. Por exemplo:
É importante considerar, no entanto, a menor liquidez dos BDRs no mercado brasileiro. Assim, uma alternativa para se expor ao e-sport e games de maneira mais simples via bolsa de valores brasileira é por meio dos ETFs.
Os exchange traded funds (fundos de índice) são veículos de investimento coletivo. Seu objetivo é espelhar a performance de um índice de mercado. O BOVA11, por exemplo, é referenciado no Índice Bovespa (composto com as maiores ações brasileiras), acompanhando o seu desempenho.
Trata-se de uma alternativa bastante prática, já que a carteira desses fundos é montada por um gestor profissional. Para investir em ETFs, basta adquirir suas cotas na bolsa de valores por meio do home broker.
Vale destacar que, na bolsa brasileira, é possível encontrar ETFs atrelados a índices estrangeiros. Assim, você poderá expor seu capital às maiores empresas do universo gamer. Isso sem precisar do país ou ter gastos com câmbio e burocracia internacional.
O ETF JOGO11, por exemplo, é um fundo de índice de gaming e e-sports disponível na B3. Ele replica o ETF ESPO (VanEck Video Gaming e E-sports Index), da gestora VanEck — listado na bolsa norte-americana NASDAQ. Por meio desse ETF, você se expõe a 26 empresas do setor mundial de games.
Já o USTK11, que tem como índice de referência o ETF VGT (Vanguard Information Technology). Sua carteira é composta por mais de 350 empresas americanas de tecnologia — entre elas a Microsoft, Nvidia, Google e outras companhias que participam do mercado de e-sports.
Para acessar os ETFs, basta ter conta em uma instituição financeira — como uma corretora de valores ou um banco de investimentos. Antes de investir, no entanto, não se esqueça de que toda a decisão de investimento deve levar em conta seu perfil e objetivos.
Como você viu, é possível realizar um investimento no setor de e-sports com alternativas nacionais, práticas e acessíveis. Porém, avalie se elas se alinham às suas necessidades para garantir a composição de uma carteira sólida.
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