No momento de lidar com os recursos financeiros e investir, cada pessoa tende a agir de uma forma. Então vale saber que a maneira como os indivíduos agem em relação ao dinheiro e aos investimentos pode ser explicada pelas finanças comportamentais. Afinal, o assunto ainda é tabu para muitas pessoas, especialmente quando não há difusão da educação financeira. Mas, para entender melhor como as pessoas se comportam diante das finanças, é importante recorrer a pesquisas e amostragens. Pensando nisso, neste artigo você entenderá o que os estudos nos contam sobre o comportamento dos cidadãos em relação ao dinheiro e aos investimentos. Continue a leitura e confira!
Uma pesquisa realizada pela BlackRock entre novembro de 2019 e janeiro de 2020 mostrou como as pessoas ao redor do mundo se relacionam com o dinheiro. Esse estudo ajuda a entender os impactos das finanças e dos investimentos na vida dos indivíduos. Confira o panorama dos resultados:
No Brasil, 92% dos investidores reconhecem a importância de que seus investimentos tenham impactos positivos. Isso mostra como os investimentos sustentáveis (ESG) são uma tendência para o futuro do mercado financeiro. A sigla corresponde a três pilares que apoiam a sustentabilidade. São eles:
Assim, o conceito se refere às boas práticas que devem ser adotadas pelas empresas para fortalecer a sustentabilidade de maneira ampla. Ou seja, não se trata apenas de ações voltadas para o meio ambiente, como também para a sociedade e gestão empresarial. Em relação aos brasileiros não investidores, mais da metade afirma que as alternativas de sustentabilidade poderiam incentivá-los a começar a investir.
O contexto social e a falta de educação financeira ainda tornam o dinheiro um assunto sobre o qual os brasileiros resistem em conversar. Nesse sentido, a pesquisa da BlackRock apresentou o seguinte resultado:
Esses dados demonstram a importância de ajudar as pessoas a se sentirem confortáveis para falar sobre o dinheiro. Além disso, o acesso ao conhecimento precisa ser claro e inclusivo, pois 65% dos brasileiros afirmam que as informações sobre investimentos são difíceis de entender. Como consequência, eles se sentem mais afastados da possibilidade de investir. Nesse sentido, a maioria dos brasileiros entende que os investimentos servem apenas para o crescimento patrimonial, e não para alcançar outros objetivos importantes — como a preservação do patrimônio ou aposentadoria.
A pesquisa mostrou, ainda, que a tecnologia é vista como um instrumento bastante útil no momento de gerir os recursos financeiros. Cada vez mais os investidores confiam nas ferramentas tecnológicas e reconhecem a conveniência, transparência e eficiência como grandes vantagens. Contudo, a interação humana também é valorizada. Nesse sentido, 44% dos brasileiros preferem o equilíbrio entre tecnologia e relação com pessoas. Por isso, a inovação pode ajudar a solidificar o relacionamento entre investidores e profissionais do mercado financeiro.
À medida que o mundo muda, as percepções das pessoas a respeito do futuro também se transformam. A aposentadoria, por exemplo, está assumindo um novo significado para muitos brasileiros. As pessoas têm se preocupado mais em ficar sem dinheiro nessa etapa da vida. Por isso, 53% dos brasileiros começaram a economizar para a aposentadoria, mas eles ainda não se sentem confiantes ou preparados para esse momento. A pesquisa sinalizou que:
Ou seja, 59% das pessoas acreditam que terão que continuar trabalhando de alguma forma mesmo na aposentadoria — por exemplo, ao empreender.
Como você viu, falar sobre dinheiro ainda é um grande tabu na vida das pessoas. Isso pode acontecer por diversos motivos, desde matrizes históricas até desigualdade social. Contudo, o principal fator é a falta de educação financeira. Para muitas pessoas, dinheiro é apenas uma forma para pagar contas e sobreviver. Logo, ele não está diretamente relacionado à felicidade. Por isso, esses indivíduos acreditam que investir não é uma forma de ganhar dinheiro. Para eles, a única forma de obter recursos é trabalhando. Há, ainda, pessoas que acham que nunca conseguirão enriquecer ou ter dinheiro suficiente para alcançar os seus objetivos. Portanto, elas evitam conversar sobre o assunto e tendem a não procurar conteúdos de educação financeira.
Após conhecer o comportamento das pessoas em relação às finanças e aos investimentos, é preciso entender que esses padrões não são criados de forma aleatória. A psicologia financeira é a principal responsável por estudar esse assunto. Essa área do conhecimento mostra como alguns fatores podem influenciar o seu comportamento financeiro e interferir na forma como o dinheiro é utilizado. Entre os principais elementos, estão os hábitos familiares. Crianças que conviveram com pais endividados, por exemplo, podem desenvolver comportamentos menos responsáveis sobre o dinheiro. Já aqueles que passaram por dificuldades financeiras podem reforçar o controle sobre os recursos para evitar repetir situações como essas. Elementos culturais também estão envolvidos no comportamento financeiro. Quando a maioria dos cidadãos não tem o costume de poupar, por exemplo, a tendência é que as pessoas no geral tenham dificuldades em criar e manter esse hábito ao longo da vida. O estado psicológico também interfere nas decisões sobre o dinheiro. Muitas pessoas fazem compras por impulso para lidar com a tristeza ou a ansiedade do cotidiano, por exemplo. Como resultado, surgem mais dificuldades para poupar e investir.
Até aqui, você percebeu que algumas crenças podem prejudicar sua relação com o dinheiro. Contudo, mudar a vida financeira é um grande desafio para muitas pessoas. Em geral, elas desistem antes que os novos hábitos possam se consolidar. Entender como elementos familiares, culturais e efeitos psicológicos interferem na relação com o dinheiro ajuda a analisar essas influências antes de tomar as decisões. Com isso, é possível construir e gerir melhor o seu patrimônio. Quebrar essas crenças também ajuda a entender que o dinheiro não se limita ao poder de compra. Ele é resultado dos seus esforços e representa objetivos maiores, como segurança, liberdade e independência financeira. Agora você sabe como as pessoas normalmente se comportam em relação ao dinheiro e aos investimentos. Para mudar os padrões de comportamento, é fundamental compreender sua relação com as finanças e investir em educação financeira. Achou este conteúdo relevante? Então compartilhe o artigo com seus amigos por meio das redes sociais!